quinta-feira, 12 de novembro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Molecagem: cabe aos pais dar limites
Diversão e arte
Os irmãos Pedro, de 7 anos, e Ângelo, de 8, resolveram usar sua nova capacidade de planejamento. Reuniram alguns CDs e passaram a atirá-los pela janela do quarto para depois acertá-los com bolinhas de gude. Eles só não esperavam que uma das bolinhas fosse quebrar a janela de um vizinho. "A criança sente enorme prazer em descobrir que pode planejar melhor seus atos, mas seu conhecimento ainda não é completo. Ela faz uma previsão sobre a ação, mas não sobre o efeito no outro", explica Neide Al-Cici, diretora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
E se fosse comigo?
Não vale a pena punir a criança ou reprimir suas brincadeiras. Com essas atitudes, ela só ficará triste e não entenderá que fez algo errado. A dificuldade em enxergar o próximo é esperada e compatível com essa fase. Cabe aos pais orientar o filho sobre as conseqüências de seus atos e incutir nele conceitos de convivência. É o momento de desenvolver no filho o hábito de se colocar no lugar do outro. Dê exemplos mostrando como determinadas travessuras interferem na vida alheia e como a própria criança não gostaria que isso ocorresse com ela – como os meninos se sentiriam se a janela quebrada fosse a do quarto deles, ou se a bolinha atingisse um deles? A criança também deve, quando possível, observar as conseqüências do que fez para aprender os limites que deve respeitar. Lembre-se: fazer travessuras na infância é normal. Se os pais souberem lidar com a situação, a criança não correrá o risco de continuar agindo da mesma forma quando adulta. Porque, aí sim, os atos serão condenáveis.
Lidando com o outro
- Não dê broncas em seu filho na frente dos outros para não humilhá-lo. Converse em particular.
- Se a pessoa envolvida souber lidar bem com crianças, ela pode falar com ele. Isso não desobriga os pais de também conversar com o filho.
- Estimule a criança a se colocar no lugar do outro, adaptando o acontecido ao seu universo. - Faça-a pedir desculpas.
- Evite que a criança sinta culpa. O objetivo é ela entender que o ato foi errado, e não que ela é errada.
- Mostre que existem pontos de vista diferentes.
Plano de Aula de Ciencias - Observando Nemo

Observando Nemo
*Cristina Faganeli Braun Seixas
Objetivos
2) Identificar os diferentes animais, diferenciando os invertebrados dos vertebrados.
3) Perceber algumas das relações ecológicas existentes bem como sua importância.
Comentário introdutório
Os vertebrados se classificam em peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos e também apresentam características específicas.
Estimulando o aluno com a animação "Procurando Nemo", podemos ajudá-los diferenciar os invertebrados de vertebrados e perceber algumas de suas características.
Estratégias
2) Em seguida, deve-se discutir o filme a partir de um roteiro que poderá apresentar questões como as que seguem:
3) Depois da discussão, as conclusões a que se chegou devem ser sistematizadas na lousa.
4) Pedir para os alunos desenharem em seu caderno os animais invertebrados e os vertebrados do filme, explicando algumas características observadas.
5) Propor uma pesquisa através da internet sobre outros animais invertebrados e vertebrados. Os alunos devem colar ou desenhar esses animais em seu caderno.
Sugestões e dicas
2) Pedir aos alunos que assistam em casa outros filmes de animação, como por exemplo "Espanta Tubarões", analisando as cenas e comparando-as com as de "Procurando Nemo".
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
A Sala de Aula sem Bullying
O bullying é um problema "grave", porém o professor pode fazer algo para o reduzir. É este o objectivo deste livro, que apresenta mais de 100 estratégias preventivas e de intervenção que o professor pode utilizar de imediato. Todas elas são fáceis de compreender e de implementar, não requerendo, na maioria dos casos, quase nenhuma preparação e necessitando de muito poucos ou, mesmo, nenhuns materiais específicos.
A sala de aula sem bullying é um livro muito prático, apto a ser usado em qualquer sala de aula, tornando-a num lugar aprazível, onde os alunos se sentirão motivados para as aprendizagens, confiantes e sem medo.
O que é bullying?

Bullying é uma situação que se caracteriza por atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva por parte de um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo inglês refere-se ao verbo "ameaçar, intimidar".
Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas. E, não adianta, todo ambiente escolar pode ter esse problema. A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência, diz o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que estuda o problema há nove anos.
Segundo o médico, o papel da escola começa em admitir que é um local passível de bullying, informar professores e alunos sobre o que é e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática - prevenir é o melhor remédio. O papel dos professores também é fundamental. Há uma série de atividades que podem ser feitas em sala de aula para falar desse problema com os alunos. Pode ser tema de redação, de pesquisa, teatro etc. É só usar a criatividade para tratar do assunto, diz.
O papel do professor também passa por identificar os atores do bullying - agressores e vítimas. O agressor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar onde tudo se revolve pela violência verbal ou fí
sica e ele reproduz o que vê no ambiente escolar, explica o especialista. Já a vítima costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir, afirma Lauro. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno reage, a tendência é que a provocação cesse.
Claro que não se pode banir as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. O que a escola precisa é distinguiro limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. Isso não é tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado assim?, orienta o médico. Ao perceber o bullying, o professor deve corrigir o aluno. E em casos de violência física, a escola deve tomar as medidas devidas, sempre envolvendo os pais.
O médico pediatra
lembra que só a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um agressor. A tendência é que ele seja assim por toda a vida a menos que seja tratado, diz. Uma das peças fundamentais é que este jovem tenha exemplos a seguir de pessoas que não resolvam as situações com violência - e quem melhor que o professor para isso? No entanto, o mestre não pode tomar toda a responsabilidade para si. Bullying só se resolve com o envolvimento de toda a escola - direção, docentes e alunos - e a família, afirma o pediatra.
Como fazer um plano de aula

• Dados de identificação do professor e da escola;
• Os objetivos a serem alcançados com as aulas que serão ministradas;
• Conteúdo que será ministrado em cada aula, o qual deve seguir uma linha cronológica do processo de aprendizagem;
• Os procedimentos utilizados para aprendizagem dos alunos, ou seja, são as fases da aprendizagem;
• Os recursos que serão utilizados para alcançar os objetivos;
• E, por último, as metodologias de avaliação, ou seja, as técnicas avaliativas que o professor utilizará para avaliar o aprendizado do educando.Na elaboração de um plano de aula devem ser considerados vários pontos e critérios que unidos especificam quais os objetivos finais o professor espera alcançar no decorrer da explicação dos conteúdos. Os critérios que o professor deve estar atento durante a confecção de seu plano de aula são:
• Adequação dos estímulos;
• Especificação operacional;
• Estrutura flexível;
• Ordenação.
Além de conter esses critérios, o plano de aula deve ser elaborado seguindo as fases da aprendizagem, ou seja, deve seguir uma linha de ensino-aprendizagem contínua. São as fases de aprendizagem: apresentação, desenvolvimento e integração. Na apresentação o professor prepara a classe para a compreensão de novos conteúdos. No desenvolvimento acontece a análise. Nessa etapa acontece o processo de orientação e aprendizagem do aluno. É nessa etapa que acontece o estudo de um texto, a realização de um experimento, a resolução de exercícios, etc. A integração é a etapa final. Nessa fase o professor faz a verificação dos resultados obtidos pelos alunos na fase do desenvolvimento.
Por Marco Aurélio da Silva
Equipe Brasil Escola
http://www.educador.brasilescola.com/orientacoes/como-fazer-um-plano-aula.htm
Dica de Livro: Quem Ama, Educa!

De leitura fácil e dinâmica Quem Ama, Educa! Formando cidadãos éticos convida pais, familiares e educadores interessados em aprimorar suas competências comportamentais e habilidades na educação de seus filhos a refletirem a partir de conceitos elaborados pelo autor. Enfim,Tiba traz ao leitor inspiração para educar com amor!
A inteligência emocional nas crianças

O sucesso de uma vida adulta depende em larga medida das competências emocionais adquiridas durante os primeiros anos de vida e na adolescência. As crianças de hoje desenham em si mesmas o futuro das suas vidas, através das experiências que vivem e da forma como aprendem a lidar com elas.
Para os pais é importante que os seus filhos cresçam saudáveis, com sucesso escolar e mantenham um relacionamento equilibrado e positivo com o mundo que os rodeia.
Cada criança tem, em si, um potencial enorme que pode ou não ser estimulado de acordo com a capacidade que tem de se abrir e expressar de forma segura e confiante.
Desenvolver a inteligência emocional das crianças permite que elas cresçam com respeito por si mesmas e pelos outros, expandam a sua criatividade e inteligência, descobrindo e utilizando os seus melhores recursos emocionais. São estes valiosos apoios que facilitarão a aquisição de conhecimentos e a integração das experiências que vão vivendo, num modelo alinhado e feliz.
Criar a ponte essencial entre o pensar e o sentir pode actuar como alavanca de estabilidade e auto-confiança que desenhará as suas atitudes e escolhas na direcção do seu sucesso e bem-estar.
É durante a infância que a criança adquire modelos de resposta às várias situações com que se depara. Sendo que esta fase constitui um período de descoberta e de aprendizado que determinará a percepção das suas próprias possibilidades e capacidades, torna-se vital ensiná-la a conhecer os seus pontos de equilíbrio e a mantê-los em períodos de stress e instabilidade.
As emoções facilitam ou dificultam os aspectos cognitivos. A capacidade de apreensão e integração dos conhecimentos fica altamente comprometida se não houver uma boa inteligência emocional. O desempenho escolar, a motivação, o relacionamento com os outros, a auto-estima, a percepção da vida e do seu papel no mundo são aspectos que estão condicionados pela forma como a criança aprendeu a lidar com as suas emoções.
O sucesso escolar depende, em boa medida, da capacidade de concentração e de atenção que a criança possui. Uma fraca inteligência emocional pode impedir que estas qualidades tão essenciais possam estar presentes de forma contínua e natural.
Na relação com os outros, a sua capacidade de dar e receber, de aceitar e respeitar, a confiança no mundo e em si mesma, a capacidade de empatia e assertividade definirá o modelo de relacionamento que desenvolverá e tenderá a repetir ao longo da vida, mesmo quando já adulta.
Está na hora de desmistificar a ideia de que a inteligência emocional é um palavrão complicado e desnecessário na educação das suas crianças. Todos os seres humanos são condicionados pela fraca ou forte inteligência emocional que tenham desenvolvido ao longo da vida, mas sobretudo, nos primeiros anos de vida.
Qual sua motivação como educador(a)?
Walquiria Fonseca Duarte *
Universidade de Santo Amaro - UNISA e
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
Rodolfo Argueles *
Universidade de Santo Amaro - UNISA
Resumo
O objetivo deste trabalho é o de proceder a uma reflexão do ensino do 3º grau atual no nosso país, onde as universidades brasileiras poderiam estar com sua atenção mais focalizada no desenvolvimento global dos seus acadêmicos a fim de prepará-los, inclusive, para o difícil enfrentamento da vida profissional. Para isso, é de fundamental importância que a aprendizagem esteja alicerçada na motivação dos seus aprendizes, para este desenvolvimento possa ser significativo e efetivo. O encontro de uma relação pedagógica que conduza os educadores e os acadêmicos para um contexto de aprendizagem inovador e criativo é um dos grandes desafios da universidade neste final de milênio.
Ao escrevermos este artigo, temos por objetivo proceder a uma análise crítica do processo educacional de 3º grau a partir dos fins a que se propõe e das exigências do mundo moderno. Em seguida, o de propor uma relação pedagógica fundamentada em conhecimentos sólidos da Psicologia que julgamos melhor adequados às constantes mudanças do mundo atual.
A Universidade atual brasileira tem como fim capacitar o aluno desenvolvendo conhecimentos, habilidades e atitudes que possibilitem a sua inserção no mercado de trabalho nas diversas áreas de atuação, como também prepará-lo para o exercício pleno da cidadania .
Evidentemente, qualquer universidade com seriedade de propósitos busca atingir estes fins, propiciando uma formação global em seus acadêmicos. No entanto, não estamos podendo constatar mudanças efetivas tanto na estruturação das universidades como na relação professor-aluno em sala de aula.
Nos últimos tempos, observamos uma ênfase maior na aquisição de conhecimentos e habilidades voltados para a prática profissional (técnica), onde a especialização do aluno é a meta em detrimento dos conhecimentos gerais que visavam a erudição. Além disso, podemos citar o aparecimento de algumas práticas demagógicas, sem quaisquer fundamentações teóricas, que produziram uma grande massa de ignorantes rebeldes ou passivos, infantilizados pelo próprio processo e inaptos para o exercício da cidadania, haja visto a grande parte das lideranças políticas, empresariais e estudantis surgidos nos últimos 20 anos de nossa recente história.
Diante do exposto, é inegável que não formamos coletivamente pessoas com grandes competências técnicas, aptas a serem inseridas neste mercado de trabalho globalizado e muito menos, pessoas preparadas para viverem plenamente o estado de direito e exercitarem sua cidadania.
O problema parece estar nos meios e será neles que iremos nos centrar.
As raízes dos nossos problemas atuais encontram-se na Universidade imperial organizada em França por Napoleão Bonaparte, entre 1806 e 1808, onde a hierarquia teve um forte teor militar que vai do grão-mestre aos reitores de academia, passando pelos conselhos de universidades e inspetores gerais, todos nomeados pelo imperador. Este processo, não teve modificações profundas, pois a universidade pública brasileira nos dias atuais, não tem o imperador mas continua tendo a nomeação das reitorias pelos Governadores de Estado 1.
O funcionamento burocrático da escola napoleônica foi fundada em três níveis;
a) o de pessoal e de sua organização;
b) o dos programas de trabalho; e
c) o das inspeções e dos exames 1.
Não houve essencialmente neste último século, grandes mudanças na organização das universidades e, conseqüentemente, na sua vida interior, apesar das profundas alterações nas relações de trabalho, na organização da família, enfim, na vida social e comunitária como um todo.
Considerando o processo de recrutamento e seleção de pessoal existente no mercado de trabalho atual, observamos que existe uma certa desconfiança nas competências profissionais atestadas pelos diplomas acadêmicos, pois além desses, é de praxe a exigência de três à cinco anos de experiência profissional comprovada na área específica de contratação. Desta forma, o mercado de trabalho prioriza a experiência profissional, optando por adaptá-la à cultura da empresa e complementado-a quando necessário com conhecimentos relativos à função a ser exercida.
O descrédito do mercado de trabalho no saber adquirido em boa parte do ensino de 3º grau, fundamenta-se na experiência de formação de mão-de-obra nos diversos níveis profissionais. Tal descrédito parece ser sábio, pois sabe-se que o aprendizado é efetivo quando o acadêmico é inserido nas condições concretas das atividades profissionais a serem exercidas, pois nestas circunstâncias, as situações problemas são constantes, fazendo com que o nível de motivação do aprendiz permaneça elevado e a busca de soluções forneça sentidos para as ações.
Como podemos observar, a condição concreta referida acima, não se encontra presente no processo de formação acadêmica, pois os currículos e os programas de ensino são elaborados a partir de uma lógica formal que em muito se distancia da existência do acadêmico, fato este sustentado por pesquisas da Psicologia sobre o processo de aprendizagem, tais como:
a - “A aprendizagem depende do nível de motivação” (Lei do efeito - Thorndike, 1930); e
b - “A motivação se finca numa necessidade que busca o fechamento ou o encerramento” (Köhler, 1935) 2.
A educação de forma geral, desconsidera estes princípios que são fundamentais no processo existencial do acadêmico. Como podemos observar, a vida concreta é regulada por tais princípios e talvez aí esteja a desconfiança do mercado de trabalho em relação ao processo de aprendizagem tradicional que de uma certa forma, preocupa-se com o aspecto motivacional da aprendizagem e tenta considerar a lei do efeito, mas através de um sistema de avaliação baseado em punição (nota baixa) e recompensa (nota alta). Este sistema é uma maneira de motivar o acadêmico a aprender os conteúdos previamente selecionados pelos docentes. Acontece que o atual sistema de avaliação, funciona apenas como um estímulo para o aluno alcançar os conceitos necessários à sua aprovação, mas não o motiva para o aprendizado e, além de não criar o prazer pelos simples aprender, cria resistência afetivas na busca do conhecimento. Quem quiser confirmar este fenômeno, basta conversar com qualquer acadêmico e perguntar se o mesmo revisa os textos adotados no ano letivo após os exames e a sua conseqüente aprovação. As descobertas dos gestaltistas demonstraram o que realmente acontece nesse sistema de avaliação, pois o fechamento ou encerramento é atingido quando o acadêmico alcança a nota necessária para a sua aprovação, pois após este fato, o nível de motivação diminui drasticamente. Este processo ocorre em grau diferente, por exemplo, quando estamos com sede (necessidade); evidentemente, nossa motivação e o sentido da nossa ação é dirigido pela busca do suprimento água. Ao saciar-mos a nossa necessidade, o nível de motivação decresce e a ação se redireciona3.
Poderíamos ser perguntados sobre qual o motivo de nos centrarmos apenas no sistema de avaliação. Responderíamos que todo processo restante (metodologias de ensino, bibliografias e objetivos educacionais) apoiam-se nesse sistema de avaliação. A fim de ilustrar o que estamos apresentando, o Ministério da Educação decretou a partir de 1997 avaliar as universidades aplicando um Exame Nacional de Cursos (“Provão”) ao final dos cursos de graduação e pelos resultados até aqui obtidos, confirma-se o que temos exposto, pois embora muitos dos formandos tenham sidos aprovados muitas vezes com notas altas em suas respectivas universidades, o aprendizado efetivo em muito deixou a desejar, como o refletido pelos resultados obtidos neste exame.
Após esta análise critica da situação, sentimo-nos obrigados a propor uma metodologia de ensino-aprendizagem que não desconsidere as descobertas da Psicologia abaixo e numeradas:
a) O aprendizado somente é efetivo quando significativo para o acadêmico;
b) A motivação é pré-requisito para o aprendizado efetivo; e
c) O aprendizado fincado num sistema artificial de punição e recompensa, torna-se ineficaz e maléfico à formação acadêmica 3 e 4.
Propomos então um modelo de trabalho que julgamos mais adequado para o enfrentamento das mudanças na vida social em todos os seus âmbitos neste terceiro milênio. A nossa proposta é criarmos condições para a implantação da auto-gestão pedagógica1 na relação professor-aluno e para isto, devemos seguir alguns princípios básicos tais como:
1 - O professor-burocrata deve despir-se de suas prerrogativas autoritárias, compreendendo-se na função de um líder que facilita o aprendizado estando à disposição dos acadêmicos, adotando efetivamente o que Carl Rogers denominou de Educação Centrada na Pessoa3;
2 - A ênfase deve estar no processo de aprendizagem deixando conteúdo e avaliação para o segundo plano;
3 - O Educador intervirá nos níveis de análise, organização grupal e conteúdo programático;
4 - O professor deverá apoiar o aluno a libertar-se da angústia frente à autoridade, de comportamentos de dependência e da “inércia existencial” muitas vezes desenvolvida ao longo da vida;1
5 - O Educador deverá garantir a todos os membros do grupo a possibilidade da palavra, a possibilidade da elaboração mental singular, a interação dos membros do grupo para evitar comportamentos cristalizados, facilitando assim condutas criativas tanto no nível cognitivo como no afetivo; propiciar ações em grupo e apoiar os menores esforços para organização do mesmo.
Enfim, o mundo moderno passa por profundas transformações e estas, consequentemente, exigem um novo homem que deverá estar apto a:5
1) Trabalhar com um volume brutal de informações, propiciado pelo avanço tecnológico e construir conhecimentos sólidos para poder intervir na vida social;
2) Ter maior autonomia e flexibilidade para uma melhor adaptação à rapidez das mudanças;
3) Aprender e buscar as soluções para cada problema específico no seu nível de atuação;
4) Auto-organizar-se, auto-planejar-se e auto-avaliar-se, pois a prestação de serviços parece ser a tônica do próximo século;
5) Desenvolver trabalhos em equipes multidisciplinares tendo como finalidade resultados com alto padrão de qualidade; e
6) Relacionar-se de forma ética, assimilando para isso valores fundamentais, tais como, honestidade de propósitos, consciência social, espírito democrático e cidadania, entre outros.
Diante do exposto, acreditamos que esta proposta certamente não se encontra acabada mas certamente, poderá ser o início de uma profunda reflexão acerca do nosso papel como educadores ativos nesse tumultuado processo de mudança que estamos atravessando ao término deste segundo milênio.
Referências
1- LOBROT, M. . A Pedagogia Institucional . Iniciativas Editoriais, Lisboa, 1966.
2- KOFFKA, K. . Princípios de Psicologia da Gestalt . Edit. Universidade São
Paulo/Cultrix, São Paulo ,1975.
3- ROGERS, C. . Liberdade de Aprender . Interlivros, Minas Gerais, 1973.
4- GLEITMAN, H. . Psicologia . Fundação Caloust Gulbenkian, Lisboa, 1993.
5- LOBROT, M. . Os efeitos da Educação . Edições 70, Lisboa, 1974.
Bibliografia Consultada
· LEWIN, K. . Teoria Dinâmica da Personalidade . Cultrix, São Paulo, 1975.
· Lewin, K. . Teoria de Campo em Ciências Social. Edit. Universidade de São Paulo, São Paulo, 1965.
· SAKAI, J. D .M. C. O perfil do Professor Eficiente sob a ótica de um grupo de Docentes e Alunos Universitários. Dissertação (Mestrado). Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2000.
Walquiria Fonseca Duarte
Doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, docente da Universidade de Santo Amaro e do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Psicóloga Clínica. Diretora da Faculdade de Psicologia da Universidade de Santo Amaro, Brasil.
Rodolfo Argueles
Especialista em Didática do Ensino Superior, Psicólogo Clínico e docente da Universidade de Santo Amaro, Brasil. Vice-Diretor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Santo Amaro, Brasil.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Paulo Freire educação infantil
"A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tam pouco a sociedade muda.
Paulo Freire